Monte Molião
Detalhes Técnicos:
ILCE-7M3
FE 24-70mm F4 ZA OSS
f/7.1 - 1/400s - ISO 100
Tipo de Imagem:
JPEG
Resolução:
1318x2000
Tirada em:
22/08/2019
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Sítio arqueológico do Molião
Foto de: Francisco Castelo / Câmara Municipal de Lagos
Sítio Arqueológico do Molião
Povoado fortificado localizado sobre uma colina destacada, dominando o estuário da Ribeira de Bensafrim, o Monte Molião sempre povoou o imaginário das gentes de Lagos. Desde o mito da existência de uma pesada laje que ninguém devia remover, sob pena de provocar um cataclismo, até aos ecos de tesouros enterrados, este local sempre exerceu um enorme fascínio nos lacobrigenses. A arqueologia revelou estruturas de casas, fornos, cisternas, recolheu fragmentos de loiça, armas e outros utensílios, desenterrando o passado e mostrando parte de uma história que a cultura romana moldou durante meio milénio.
Os romanos chegaram à Península em 218 antes de Cristo, desembarcando em Ampúrias (na actual Catalunha), e rapidamente foram estabelecendo controlo sobre os povoados autóctones ou fundados pelos seus inimigos cartagineses. Este, a que os romanos chamaram laccobriga, surge agora à luz do dia pela mão dos arqueólogos que o vêm desenterrando desde 2006 – no âmbito de uma parceria estabelecida entre a Câmara Municipal de Lagos e a Universidade de Lisboa (UNIARQ – Faculdade de Letras).
«Decorreram, até ao momento, 11 campanhas, que permitiram escavar uma área ampla (1382 m2) distribuída por três sectores: o A, a Este, o B, no topo, o C, virado a Sul. Os resultados obtidos nesses trabalhos de campo têm vindo a ser publicados, sendo já extensa a bibliografia produzida acerca deles (entre outros: Arruda 2007, Arruda et al. 2008, Arruda e Pereira 2010, Detry e Arruda 2013, Arruda e Sousa 2013, Sousa e Arruda 2014, Pereira e Arruda 2016, Arruda e Dias 2017). Deve ainda referir-se nesta breve introdução que o sítio tem vindo a ser identificado com a Laccobriga de Pompónio Mela (III, 1, 7) e de Plutarco (Sertorius 13), identificação que, não sendo segura, parece provável, se atendermos aos dados que as escavações arqueológicas dos últimos anos já forneceram. De qualquer modo, tudo indica que o oppidum foi um importante núcleo urbano, ainda que de pequena dimensão, durante a ocupação romana, mesmo que se desconheça, com exactidão, o seu estatuto jurídico. (…) a ocupação de Monte Molião durou cerca de 550 anos, entre a segunda metade do século IV a.n.e. e o final da dinastia dos Antoninos. (…) A ocupação romana de Monte Molião iniciou-se em época republicana, muito provavelmente em torno aos meados do século II a.C., momento em que o núcleo urbano foi delineado e construído de acordo com um plano urbanístico previamente definido. (…) Por fim, parece importante insistir na antiguidade relativa da ocupação romana-republicana (circa 150 a.n.e.) e, sobretudo, na forma planificada como se desenhou a arquitectura destes momentos fundacionais. Trata-se de um urbanismo com grande identidade, ex novo, e definitivamente romano, com alicerces potentes e servido por redes de escoamento de resíduos. Ao longo dos cerca de 350 anos seguintes foi sendo remodelado à medida das novas necessidades, mantendo sempre o traçado original.»*
*ARRUDA A. M., PEREIRA C., SOUSA E. – LACCOBRIGA: ESTRUTURAS ROMANAS DE MONTE MOLIÃO (LAGOS, PORTUGAL) in “La arquitectura doméstica urbana de la Lusitania Romana”, António Pizo Ed. – Instituto Arqueología Mérida - Mérida, 2020
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