Os tanques de São João
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Lavando nos tanques de S. João
Foto de: António Crisógono dos Santos / Domínio Público
Os tanques eram local de brincadeiras para as crianças que acompanhavam as mães, postal circulado em 1913.
Não se conhece a data da sua construção. Talvez não sejam tão antigos como a Ermida de São João, de origem medieval, situada à sua beira. Nas imediações existia, ainda, a “mãe-de-água” do aqueduto que abastecia a cidade. Ali se deslocavam dezenas de mulheres para lavar roupa, a da sua própria família ou de famílias mais abastadas que lhes encomendavam essa tarefa. As lavadeiras eram, frequentemente, mulheres das aldeias situadas nas redondezas, nomeadamente de Bensafrim, que vinham a Lagos todas as semanas à casa das suas clientes, buscar a roupa para lavar. Lavavam nas ribeiras ou riachos que corriam perto das suas aldeias ou nestes tanques públicos existentes à entrada da cidade. Transportavam a roupa em trouxas que carregavam à cabeça, se o destino era na cidade, ou em cima do burro se era mais longínquo. Os sulcos desgastados existentes nas pedras que contornam os tanques evidenciam a dureza do trabalho e a frequência com que o mesmo era realizado.
Tendo perdido a função primitiva o local foi alvo, em 2002, de uma intervenção de embelezamento e tratamento ambiental que permitiu garantir a sua preservação, perpetuando a memória de uma actividade tão quotidiana como árdua para as mulheres de outras épocas.
António Crisógono dos Santos nasceu na Sertã em 24 de Novembro de 1862 e faleceu em Lagos em 29 de Abril de 1934. Pela sua acção de vogal da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lagos foi estabelecida a Feira Franca de Lagos, em 1931. Também desempenhou importante papel na instalação da rede de esgotos da cidade e na electrificação de áreas ribeirinhas como as praias da Batata e dos Estudantes. Sabe-se que ACS explorou uma estalagem e um casino na povoação de Nossa Senhora da Luz, bem como a carreira de carros Rippert entre esta povoação e Lagos. Em Lagos explorava a sua casa comercial "Mercearia Santos", sita na Rua Direita. Fotógrafo amador, editor de postais ilustrados e comerciante, manifestou grande sensibilidade para as coisas do quotidiano reproduzindo pessoas, locais e eventos que constituem hoje um importante património da memória colectiva de Lagos, como este e outros que publicamos neste site.
51 - Tanques de lavar